LGPD nos condomínios: os riscos da coleta de dados sem consentimento

LGPD nos condomínios: os riscos da coleta de dados sem consentimento

Uma situação recente em São Paulo reacendeu um alerta importante: muitos condomínios ainda não estão preparados para lidar com a proteção de dados dos moradores. Uma moradora se recusou a cadastrar sua biometria facial e fez uma denúncia pública sobre falhas na coleta e armazenamento dessas informações. O caso chamou a atenção justamente por evidenciar a ausência de práticas exigidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

No vídeo que publicou, a moradora afirmou que não recebeu nenhum tipo de explicação sobre a finalidade do uso dos dados, nem sobre quem teria acesso a eles. Também não foi apresentado um termo de consentimento, nem políticas de privacidade por parte da administração do condomínio. O caso viralizou e gerou questionamentos em todo o país.

LGPD também vale para condomínios

A LGPD não é exclusiva para grandes empresas. Sempre que houver coleta, armazenamento ou uso de dados pessoais — como é o caso de cadastros, câmeras de segurança, biometria facial ou digital — a lei se aplica. Isso inclui, sim, os condomínios residenciais e comerciais.

Especialistas explicam que, para a coleta de dados sensíveis, como os biométricos, o consentimento do morador é apenas o primeiro passo. Também é necessário garantir:

  • Políticas claras de privacidade

  • Finalidade justificada para a coleta

  • Armazenamento seguro e controlado

  • Acesso restrito aos dados

  • Documentação de consentimento

Quando essas práticas não são seguidas, os responsáveis pelo condomínio podem ser penalizados, inclusive com multas e sanções legais.

Segurança além dos muros

O objetivo da LGPD é proteger a privacidade e a segurança das pessoas. Em condomínios, isso significa garantir que os dados dos moradores, visitantes e funcionários não sejam usados de forma indevida ou fiquem vulneráveis a vazamentos e invasões.

Não se trata apenas de evitar problemas jurídicos, trata-se de preservar a confiança e o bem-estar de todos que vivem no espaço. Afinal, dados sensíveis podem ser usados para golpes, fraudes e outros tipos de crimes digitais.

E onde entra o certificado digital?

Um passo importante para aumentar a segurança das informações é o uso do certificado digital. Com ele, é possível assinar documentos eletrônicos com validade jurídica, controlar acessos e garantir que as informações trafeguem com criptografia e autenticidade.

Se o condomínio precisar, por exemplo, contratar uma consultoria, assinar contratos, emitir laudos ou autenticar documentos de forma segura, o certificado digital é um aliado essencial.

A tecnologia pode trazer praticidade e segurança aos condomínios, mas só quando usada com responsabilidade. A proteção dos dados pessoais começa com a conscientização da gestão condominial e com a adoção de boas práticas de segurança digital.